Há
muitos muitos anos, li os Cem Anos de
Solidão de Gabriel García Márquez. O romance impressionou-me pelos enredos
ao longo de várias gerações. Era difícil não conhecer alguém semelhante a uma
qualquer personagem.
Este
ano, no 10º ano de escolaridade, abordámos o conto "Surpresas de
agosto", incluído na coletânea Doze Contos Peregrinos do mesmo
autor.
A
história começa assim:
"Chegámos
a Arezzo pouco antes do meio-dia, e perdemos mais de duas horas à procura do
castelo renascentista que o escritor venezuelano Miguel Otero Silva comprara
naquele recanto idílico da campina toscana. Era um domingo de princípios de
agosto, ardente e buliçoso, e não era fácil dar com alguém que soubesse fosse o
que fosse no meio das ruas a abarrotar de turistas".
O
final - não o transcrevo no intuito de aguçar a curiosidade de quem o não
conhece - é inesperado e confirma o "realismo mágico", sabiamente
manejado pelo escritor.
Recordo-me
da reação de alguns alunos (muitas vezes dizemos que nada lhes agrada e nada os
surpreende) de aberto espanto perante o final inesperado e nada convencional.
Os
meios de comunicação social estão a divulgar a morte deste grande escritor que
nasceu na Colômbia em 1927.
Morreu o homem
mas a sua obra reitera a ideia que ESCREVER é também uma luta contra a morte.
Muito bom dia!
ResponderEliminarPor causa (e ainda bem!) deste teu apontamento virtual, Dolores, fui (re)ler o conto referido. e descobri que o livro mora cá em casa (desde 1994), mas é um dos Garcia Márquez que não tinha lido. Li sete contos de uma só enfiada, começando pelo dito cujo (porque não se consegue parar.).
São surpreendentes. Os finais são todos inesperados e há dois que, como dizer?, são incomodativos - "Só vim fazer um telefonema" e o "rasto do teu sangue na neve"! Um de um surrealismo feliz - A luz é como a água",,,
Deste autor, que já nos deixou como autor há algum tempo, devido à doença que o foi levando, li esse grande livro de que tu falas, "Cem anos de Solidão", também "Crónica de uma Morte Anunciada", "Ninguém escreve ao Coronel" e "O Outono do Patriarca". E há por aqui mais dois para ler. Tenho de ler, sem falta, "O Amor em tempos de cólera". É pena que tenha partido, mas não viveu em vão: ficará sempre a obra que o torna imortal!
bjinho e boa Páscoa!
IA
Obrigada, IA
ResponderEliminarComo sempre com grande atenção aos textos e aos autores.
Reitero a ideia de que a imortalidade lhe virá da obra construída em vida.
Um abraço e uma Páscoa feliz, também iluminada pelos livros que lês e que escreves.
M.