Querido diário,
Como é sexta-feira e vou estudar no fim de semana,
quero contar-te, querido diário, uma aula muito fixe de hoje.
Um professor da turma teve de faltar e outra setora veio ubstituí-lo. Era tão
bom quando o dia 1 de novembro era feriado e podíamos ficar em casa, ir ao
cemitério com a família ou fazer outras coisas.
Também não compreendo por que é que não podemos ficar sozinhos
quando não temos aula. E isso acontece tão raramente. Os professores não
faltam, pelo menos os meus. São daquelas coisas a que não acho piada
nenhuma: os adultos pedem (quando pedem, é claro!) a nossa opinião, mas
depois fazem como melhor entendem. E parece que não confiam em nós; temos de
estar sempre acompanhados como se fôssemos criancinhas.
Na última aula, já tínhamos combinado fazer uma ficha de
revisão e depois podia-se tocar viola. Eu ainda pensei: se calhar, a professora
diz isto, mas vamos é estar sempre a dar matéria. Gostei que tivesse cumprido.
A viola era da Ana, mas quem começou a tocar foi o
Álvaro. Ficámos todos caladinhos, como a professora gosta, e ele tocou mesmo
bem.
Depois, o Carlos leu duas pequenas histórias muito
engraçadas, com o seu vozeirão, acompanhado também à viola.
Alguns de nós ainda se conhecem um bocadinho mal e
reparei que na turma há muita gente que gosta de música. A Ana não queria
tocar, porque dizia que tinha vergonha, mas depois cantou e todos batemos
palmas. O Hugo até disse: curto totil
desta música. A setora pediu-lhe
para ele repetir e até tomou nota. O Hugo disse logo: Já sei que vai aproveitar esta frase para um exercício. Ele não
sabia era que eu tenho um diário e quem ia falar disso era eu.
Eu acho que devia haver mais aulas como esta para
todos mostrarem que sabem fazer muita coisa e que, mesmo assim, podem ser bons
alunos.
Pareceu-me que a setora
‘tava contente e até acompanhou algumas músicas, apesar de ter pouco jeito
para cantar. Pelo menos não estava rouca, felizmente, porque isso deve ser uma
grande seca para quem dá aulas. Eu vi que ela escreveu, no caderninho, uma das
músicas que cantámos: Forever young. Não
sei explicar muito bem, mas este título deve ser muito importante para os
professores.
Agora vou estudar para o teste. Tem de ser. A minha mãe
já me mandou desligar o telemóvel, mas se me lembrar de alguma música da aula
de hoje, até me pode ajudar.
Um abracinho
Mariana
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