domingo, 13 de maio de 2012

Impressão Digital

 Elizeu Menezes
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
Onde outros com outros olhos,
Não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
Uns outros descobrem cores
Do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
Onde passa tanta gente,
Uns vêem pedras pisadas,
Mas outros, gnomos e fadas
Num halo resplandecente.

Inútil seguir vizinhos,
Querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
António Gedeão

Impressão pessoal: Gosto muito deste poema. Trabalhei-o com os alunos do 10º ano e eles também gostaram. De facto, cada um de nós interpreta o mundo segundo o seu olhar.
Por exemplo, para alguns o domingo é um dia bom porque, habitualmente, traz mais descanso e  disponibilidade; para outros será um dia chato porque logo a seguir vem a segunda-feira...
Bom domingo!

2 comentários:

  1. Dolores, conheces os livros da Cristina Carvalho, filha do António Gedeão/Rómulo de Carvalho? São muito interessantes e ela também. Se tivesses facebook, juntava-te a um grupo que se chama "O que andamos a ler?". Tem sido muito estimulante. A CC integra esse grupo e agora, por exemplo, anda a dar-nos a conhecer escritores nórdicos. O pai pô-la a ler Selma Lagerlöf quando era adolescente e a paixão continuou.

    Venho ao teu blogue quase diariamente. e voltei ao meu. Beijinhos

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  2. Fica aqui o link para a escritora Cristina Carvalho: http://gatoduppsala.wordpress.com/acerca-da-autora-cristina-carvalho/

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