quarta-feira, 24 de julho de 2024

Comprar ou não comprar, eis uma das questões!

 

Há muito tempo, eu ia com mais frequência ao Porto e, raramente, chegava a casa sem uma peça de roupa comprada. Às vezes, entrava numa loja sem qualquer ideia ou necessidade pré-definida e comprava quase sempre uma blusa, uma saia… depois de passar por um provador, tipo cubículo quente e horrível que nem motiva  a prestar atenção aos pormenores do que se está a comprar. Por vezes, era tão grande a vontade de sair dali que só depois via que a compra não tinha sido a mais acertada.

Agora, vou ao Porto muito menos vezes, apesar de gostar muito da cidade e do que ela tem para nos oferecer. No entanto, também nos dá demasiados turistas. Não os condeno porque todas as pessoas têm direito a conhecer outros lugares, mas os espaços, sobretudo de circulação, reduziram-se imenso. É como ir visitar alguém e encontrar uma multidão que nem nos deixa ver bem aqueles que queríamos encontrar.

Em certas ocasiões, ia(mos) ao belíssimo Café Majestic, na rua Santa Catarina. Era um prazer tomar chá ou café com leite em chávenas bonitas e fininhas e com a beleza de tantos elementos artísticos à nossa volta. Agora, nem ousaria lá entrar porque teria de estar na fila não sei quanto tempo até arranjar mesa.

Voltando à roupa, já nem me lembro de entrar numa loja, ver, escolher, provar e comprar. Fui reparando que, apesar de não ter o meu guarda-roupa muito cheio,  o que tenho dá para usar, mudar, combinar durante muito tempo. Assim sendo, para quê aumentar ainda mais as despesas mensais, comprando e acumulando roupa não muito necessária?

Porém, deste modo, não estou a dar grande contributo para a economia do país, mas talvez o ambiente e  o saldo de todos os dias se sintam um bocadinho mais confortáveis. Grão a grão …

Ah, e assim já não entro nos cubículos-provadores, onde até os espelhos me irritam, porque, sem nada dizerem, dizem-me também que tenho de emagrecer!


2 comentários:

  1. O turismo desenfreado está a matar as nossas cidades, e a transformá-las em algo que vai perdendo o cariz português.
    Abraço e saúde

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  2. E é pena. Tenho visto que várias pessoas em várias cidades têm saído à rua para protestar e com razão. O turismo é um bem e um direito, mas devem ser tomadas medidas para que todos possam circular mais à vontade.
    Outro abraço, Elvira, e muita saúde

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