Tenho muitos primos, uns da minha idade, uns um pouco mais velhos e a grande parte mais novos. Basta dizer que a minha avó materna teve treze filhos e a minha avó paterna teve nove, sendo o meu pai o mais velho. Porém, tanto de um lado como do outro da família, alguns dos filhos morreram muito cedo.
Ora, apesar de não nos encontrarmos com frequência, sempre me dei muito bem com uma prima, um pouco mais nova do que eu.
Quando éramos pequenas, como vivíamos perto, brincávamos às casinhas, sobretudo na nossa casa, debaixo de uma laranjeira à volta da qual púnhamos as bonecas a viver.
Agora, quando nos encontramos, não falamos disso, mas temos sempre motivo de conversa. É como se continuássemos à sombra da fértil laranjeira.
Há uns tempos, ela teve uma doença muito grave e, a propósito, dizia com um sorriso natural e confiante nos lábios: Eu sei o que tenho e sei que é para mim.
Quando estiver com ela, vou-lhe dizer que tenho bem presentes essas palavras. Imagino que vá sorrir, embora, naturalmente, não da mesma maneira que o fazia quando brincávamos debaixo da laranjeira. O tempo e as vicissitudes não perdoam.
Ah, a laranjeira também já passou por doenças e lá continua. Mais velha e mais fraquinha, é claro. Também pelos frios de muitos invernos e calores de muitos verões. Sem deixar de esperar, pacientemente, por amenos outonos e renascidas primaveras.
E ainda dizem que parir um filho custa muito, 😁😁😁😁
ResponderEliminar( Brinco - imagino que custe mesmo )
Texto que gostei de ler
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Saudações cordiais. Feliz fim de semana.
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Poema: “ Tela de Amor em perfeita pintura “
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Eram outros tempos, Ricardo. Todos os filhos tinham de ajudar, mas ficavam muitas vezes com as vidas suspensas, porque o tempo era de muitas dificuldades.
ResponderEliminarUm fim de semana feliz (por cá, chove miudinho!).