sábado, 18 de novembro de 2023

O homem cheio de pele


Ele entrou no comboio e sentou-se no banco do lado oposto ao meu. Impossível não olhar. Era um homenzarrão. Vestia um casaco de pele, calças de pele, botas de pele e uma carteira de pele. 

Tanta pele, meu Deus, disse eu para os meus botões.

Sei que olhei para aquela pele toda, mas, curioso, não me lembro de lhe ter olhado o rosto.

Se calhar, porque tudo aquilo lhe tinha custado os olhos da cara. Para não falar dos olhos de tanto animal.



4 comentários:

  1. O homem mata pelo prazer de matar. E pelo poder, e pela vaidade.
    Eu não vestiria nada de pele autêntica.
    Abraço e saúde

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    1. Bom dia, amiga Elvira
      Eu acho que também seria incapaz de usar roupa de pele verdadeira. Dizem que é muito confortável, mas há substitutos que também o são. Acho até que quem se veste dessa pele é para exibir território de riqueza, à falta de outros muitas vezes.
      Um abraço e que em sua casa haja saúde e alegrias.

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  2. Será que na cara/pescoço/costas não existia pele ......... enrugada?
    .
    Feliz fim de semana.
    .
    Poema: “ No silêncio das madrugadas “
    .

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  3. Tem a certeza que não era pele sintética, Maria Dolores? Há muito boas imitações.
    Bom fim de semana

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