Quando vou aos Correios, costumo encontrar ao balcão pessoas que já lá trabalham há muitos anos. Quando nos cruzamos na rua, logo trocamos um sorriso e um olá de amigo reconhecimento.
Pois bem, depois de mandar a encomenda, já sei que vem a pergunta habitual: vai uma raspadinha?
Isto para não falar das cautelas ou do livro que está ao alto no balcão, como que a pedir para a clientela o levar para casa. A minha resposta é quase sempre a mesma: obrigada, tenho ainda tantos livros para ler. Não vale a pena. Nunca me sai nada.
Eu, que não sou nada saudosa dos antigamentes, até sinto nostalgia de quando ia aos correios e mandava cartas ou encomendas e não havia o papel do jogo de sorte ou de azar a ser insistentemente mostrado.
Porém, da ultima vez que fui aos Correios, tirei a senha A como de costume e fui atendida por um funcionário que eu não conhecia. Enquanto tratava do assunto, eu ia pensando: vou ver se desta vez escapo à raspadinha para não ter de dizer mais uma vez: obrigada, não vale a pena, porque nunca me sai nada.
Operação concluída, o funcionário levantou os olhos e perguntou-me: quer uma raspadinha?
Nem sei o que lhe respondi. Queria era raspar-me dali.
.Há muito tempo um cauteleiro insistia em vender uma cautela ao meu pai. Pobre como era rejeitou, rejeitou, rejeitou. UM colega disse. Eu compro a cautela. Resultado. Saiu-lhe 90 contos
ResponderEliminarHoje 450 euros. ( Uma fortuna na altura) É assim aos pobres até a sorte é negada.
.
Cumprimentos cordiais e poéticos.
.
Olá, Ricardo.
EliminarPois, nunca se sabe mas, mas, a avaliar pela sorte que tenho tido no euromilhões, acho que, mais uma vez, não ganharia nada.
Porém, o que aconteceu ao seu pai deve-lhe ter tirado o sorriso por uns tempos.
Feliz fim de semana
Mudam-se os tempos. E também as vontades. Mas ainda nunca entrei nos correios e me ofereceram uma raspadinha. A falar verdade ainda nem dei por elas:). Acredito que lá estejam.
ResponderEliminarBom dia, Maria Dolores
Sim, Camões também nisso tinha razão.
EliminarSe calhar, as raspadinhas não estão em todas as estações do Correio.
Aqui em Gondomar, na estação aonde costumo ir, lá estão elas bem à vista e lembradas aos clientes. Há até quem use a moedinha para a sorte não se raspar, enquanto se espera por alguma encomenda.
Um fim de semana bom e feliz, Bea.
Há muito que não entro nos correios. Nem sabia que lá vendiam raspadinhas. Gostei da expressão: Queria era raspar-me dali.
ResponderEliminarQuarta feira feliz
Olá, Mariete
EliminarHá, sim, e outros produtos para além dos tradicionais dos Correios.
Deve haver lucros com isso, com certeza, mas, das primeiras vezes, causava-me espanto. Agora já me habituei.
Bom fim de semana.
Bom dia
ResponderEliminarDevem ter comissão.
É como nos canais públicos .
Ligue 760 ... ... !
JR
Concordo consigo. Deve ser. O ligue para 700 chega a ser irritante. Se é algum programa que me está a interessar, quando começam a dizer e a repetir o número, vou dar uma volta por outros canais.
EliminarBom final de semana, Joaquim
No Pingo Doce as caixas costumam perguntam se quero uma cautela da lotaria da Páscoa ou Natal, dependendo da época.
ResponderEliminarMas há uma que não pergunta e eu inquiri o motivo. Disse-me que não tem à vontade para interpelar os clientes. E eu disse que a sua colega do lado não perde uma oportunidade.
- Ah sim, mas ela é uma óptima vendedora - respondeu-me.
E eu vim embora a pensar se essa não ganharia muito mais mudando de profissão.
Boa tarde Maria Dolores.
Realmente isso faz pensar se não estaria ali a galinha dos ovos de ouro.
ResponderEliminarNão me lembro de me ter acontecido no supermercado, onde se veem, de facto, pessoas com mais ou menos jeito para vender. Como em tudo, aliás.
Tenho um familiar que, em jovem, teve um grande impulso no seu negócio graças ao dinheiro que ganhou com uma cautela. Lembro-me frequentemente disso quando as vejo à venda, incluindo nos Correios, mas penso que nem sequer vale a pena.
Sem deixar de gostar das palavras de Pessoa: 'Tudo vale a pena se a alma não é pequena', que tento aplicar noutras coisas.
Feliz fim de semana, Joaquim, com sorrisos e com sorte.