quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Pássaros no aeroporto

 

Se calhar, é comum, mas nunca tinha visto pássaros dentro do aeroporto. Foi em Heathrow, de regresso ao Porto.

Cheguei duas horas antes como é da praxe. Dantes, tomaria um café enquanto esperava pelo voo, mas, desta vez, não o fiz porque não queria tirar a máscara.

Também gosto de me sentar e observar as pessoas, tão diferentes, a passar. 

Tal como tinha reparado em Gatwick, havia menos movimento. Talvez porque para quem chega ao Reino Unido é pedido teste covid, certificado digital de vacinação, inquérito de localização preenchido, passaporte...

Mas voltemos aos pássaros que, pela sala de embarque, andavam a esvoaçar. Talvez  tivessem fome e procurassem migalhas dispersas pelo chão. 

Também eu me deslocara a Londres para matar a fome da saudade. Não tinha ficado ainda satisfeita porque foi uma semana em presença quando a ausência havia sido de dezoito meses. E há tanta gente nestas condições.

Deixei de ver os pássaros quando me dirigi à porta com destino ao Porto, ou melhor, a Lisboa, onde fizemos escala e onde não vi pássaros, mas também os teremos, uns mais esfomeados, outros mais consolados.

Era bom regressar a Portugal, mas a vontade de voltar a Londres esvoaçava na minha cabeça. Como os pássaros no aeroporto.


8 comentários:

  1. Enquanto vai e vem vão crescendo as saudade e depois é bem melhor voltar! Os pássaros também queriam viajar!:))
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    Beijo, e um excelente dia.

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    1. Pois, quem não gosta de ser alimentado também com mimos?
      Um beijinho, Cidália, e bom descanso.

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  2. Voltar a locais onde gostamos de estar é sempre saudável. Decerto que os pássaros procuravam alguma coisita para depenicar. São lindas as aves.
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    Cumprimentos poéticos.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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    1. Pois, coitados, se calhar não encontravam a porta certa para sentirem a liberdade! E lá iam ficando.
      Uma noite bem descansada, Ricardo.

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  3. Bela analogia entre a fome de comida e o voo dos pássaros, com a fome de matar a fome da sua saudade e o esvoaçar da vontade de ficar.
    Mas, como em tudo na vida, ninguém pode estar em doIS lugares ao mesmo tempo. É a vida, que nem para as avezinhas do céu anda fáil...

    Mais um belo texto onde as recordações lhe vieram agarradas à pele e sempre no coração.
    Gostei muito de ler, Mª Dolores.
    Beijinho e um bom resto de dia.

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  4. Obrigada, querida Janita.
    Pois não, a vida não anda nada fácil e, tal como os pequenos pássaros, lá vamos procurando o consolo para o corpo e para a alma.
    Beijinhos, Janita, e bom serão.

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  5. Já tenho visto!
    Saudades de quem está ausente são difíceis de viver!
    Bj

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