Se calhar, é comum, mas nunca tinha visto pássaros dentro do aeroporto. Foi em Heathrow, de regresso ao Porto.
Cheguei duas horas antes como é da praxe. Dantes, tomaria um café enquanto esperava pelo voo, mas, desta vez, não o fiz porque não queria tirar a máscara.
Também gosto de me sentar e observar as pessoas, tão diferentes, a passar.
Tal como tinha reparado em Gatwick, havia menos movimento. Talvez porque para quem chega ao Reino Unido é pedido teste covid, certificado digital de vacinação, inquérito de localização preenchido, passaporte...
Mas voltemos aos pássaros que, pela sala de embarque, andavam a esvoaçar. Talvez tivessem fome e procurassem migalhas dispersas pelo chão.
Também eu me deslocara a Londres para matar a fome da saudade. Não tinha ficado ainda satisfeita porque foi uma semana em presença quando a ausência havia sido de dezoito meses. E há tanta gente nestas condições.
Deixei de ver os pássaros quando me dirigi à porta com destino ao Porto, ou melhor, a Lisboa, onde fizemos escala e onde não vi pássaros, mas também os teremos, uns mais esfomeados, outros mais consolados.
Era bom regressar a Portugal, mas a vontade de voltar a Londres esvoaçava na minha cabeça. Como os pássaros no aeroporto.
Enquanto vai e vem vão crescendo as saudade e depois é bem melhor voltar! Os pássaros também queriam viajar!:))
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Beijo, e um excelente dia.
Pois, quem não gosta de ser alimentado também com mimos?
EliminarUm beijinho, Cidália, e bom descanso.
Voltar a locais onde gostamos de estar é sempre saudável. Decerto que os pássaros procuravam alguma coisita para depenicar. São lindas as aves.
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Cumprimentos poéticos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Pois, coitados, se calhar não encontravam a porta certa para sentirem a liberdade! E lá iam ficando.
EliminarUma noite bem descansada, Ricardo.
Bela analogia entre a fome de comida e o voo dos pássaros, com a fome de matar a fome da sua saudade e o esvoaçar da vontade de ficar.
ResponderEliminarMas, como em tudo na vida, ninguém pode estar em doIS lugares ao mesmo tempo. É a vida, que nem para as avezinhas do céu anda fáil...
Mais um belo texto onde as recordações lhe vieram agarradas à pele e sempre no coração.
Gostei muito de ler, Mª Dolores.
Beijinho e um bom resto de dia.
Obrigada, querida Janita.
ResponderEliminarPois não, a vida não anda nada fácil e, tal como os pequenos pássaros, lá vamos procurando o consolo para o corpo e para a alma.
Beijinhos, Janita, e bom serão.
Já tenho visto!
ResponderEliminarSaudades de quem está ausente são difíceis de viver!
Bj
É verdade.
ResponderEliminarBeijinhos e um dia bom, Gracinha.