sábado, 27 de fevereiro de 2021

Quadragésimo quarto dia

 

Diário à espera de melhores dias

 

Nota 1. Nos últimos dias, por dever de (um pequeno) ofício, li quatro livros de Luís Sepúlveda (também não são grandes), cujas capas juntei aqui ao lado, em 'Leituras recentes'. Os dois primeiros enquadram-se na literatura infanto-juvenil e gostei muito do modo como as histórias são contadas e pelas ideias positivas que se vão encadeando, como nesta obra onde há amizade, respeito pelas diferenças, entreajuda,  curiosidade,  amor pela vida, etc.

No livro seguinte,
apreciei a ideia de valorizar o ritmo lento inerente a muitos seres para chegarem aonde querem ou precisam. Interrogo-me, porém, se alguns destes temas, que apelam à calma e paciência, no mundo frenético em que vivemos, cativam crianças e jovens, mas é importante lembrar estas necessidades porque sempre vai germinando alguma coisa. A forma de contar e as ilustrações também são muito motivadoras.


Nota 2. Já tinha lido há bastante tempo O Velho que lia romances de amor. 

Relendo-o, ainda gostei mais. Às vezes, sentia-me no meio de personagens na floresta amazónica que conheciam como a si próprios, ou receando os perigos iminentes da onça que podia, matreiramente, estar à espreita. Ou então a ouvir, encantada, a leitura do velho para quem as histórias de amor eram uma paixão.  

Nota 3. Nome de toureiro

francamente, não me 'agarrou', de certeza por falta de concentração da minha parte. A intriga é complexa. Trata-se de um roubo de moedas muito valiosas, durante o tempo do Nazismo. Passados muitos anos, após a queda do muro de Berlim, dois homens diretamente implicados no roubo tentam, separadamente, recuperar o tesouro. 

Mesmo assim, apesar de não ter aderido por completo à história, li o livro todo. Não é muito extenso e tenho tentado não deixar os livros a meio. E às vezes somos surpreendidos por páginas ou passagens que nos 'chamam' e nos concentram.


Nota 4. Luís Sepúlveda está a ser homenageado nas Correntes d'Escritas 2021, na Póvoa de Varzim, onde esteve presente no ano anterior. O escritor nasceu em outubro de 1949, no Chile, e faleceu em Espanha, em abril de 2020. Homenagem bem merecida.



4 comentários:

  1. Homenagem mais que merecida. Um escritor amigo de Portugal, de afabilidade ímpar, que vivia e escrevia vertebralmente. E depois há as características que cita, um bom humor pachorrento, e a ternura que se lê em algumas histórias conhecidas.
    Eu, por exemplo, gostei de ler A História Suja, um livro diverso.
    Bom sábado.

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  2. Obrigada, Bea, pelas achegas. Não conheço o livro que cita, mas aguçou-me o apetite.
    Sim, pelo que conheço do escritor, ele fazia da escrita um encontro muito humano e muito amado com o mundo. É pena já ter partido, porque ainda tinha muito para dar e receber.
    Bom sábado também, Bea.

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  3. Muito bem. Uma boa homenagem. Confesso-me um pouco analfabeta nesta matéria. Não conhecia esta escritor!
    *
    "A vida é uma passagem..."
    *
    Um excelente fim de semana, em casa
    Beijo

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  4. Olá, Cidália. Pois, nunca se pode saber tudo. Há livros de Luís Sepúlveda, como os que cito, muito interessantes para oferecer às suas crianças. Se os ler, também vai gostar com certeza. Eu, pessoalmente, gosto.
    Um beijinho

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