Hoje acabei de ler este livro de Javier Marías, autor nascido em Madrid em 1951.
Nos dias que correm, mesmo em tempo de pandemia, não é fácil ter vontade de ler um romance de quase quinhentas páginas. Porém, Berta Isla, publicado em 2018, tem um ritmo de escrita e de enredo que não deixa arrumar o livro à espera de melhores dias. Não falta mistério, equívocos a seu tempo desvendados, reflexões sobre a vida, sobre as relações amorosas e muitos outros temas que se encadeiam de forma magistral e com grande vivacidade de linguagem e de situações, que surpreendem o leitor.
Conta-se a história de um homem e de uma mulher, nascidos em Madrid, que se amam desde muito novos. Casam e têm dois filhos. Ela é professora de Literatura, ele é agente secreto, vivendo este uma vida dupla e de longas ausências, nunca explicadas a ninguém, nem mesmo a Berta. Também é secreta a razão de ter começado a função de infiltrado.
Berta tem o seu trabalho, tem os filhos e tem constantes dúvidas sobre se e quando o marido vai regressar, assim como sobre as ações a que está ligado e que têm base no Reino Unido.
A história inicia-se nos finais dos anos sessenta e vem até aos nossos dias.
Javier Marías leva-nos, a nós leitores, através da narrativa, por acontecimentos marcantes do século: Franquismo, Queda do muro de Berlim, Guerra das Malvinas...
As duas personagens principais, Berta e Tomás, são extraordinárias. Ela, porque é inteligente, culta, alegre, decidida; ele, por razões mais obscuras: é misterioso, opaco, multifacetado, 'sempre a passar por quem não era'.
O que acabo de dizer é apenas uma grão de areia do mundo que o autor construiu neste livro. Só o consegue um escritor que tem a força e arte de narrar como Javier Marías.
Já tinha prometido a mim própria não comprar mais livros sem ler os que estão em espera.
Contudo, se vir algum de Javier Marías, não vou resistir. Mais do que ser um autor premiadíssimo em Espanha, logo me lembrarei de Berta Isla, um livro fascinante.
Obrigada, Idalina, por me teres permitido conhecer
este autor através desta obra.
Já li um dele ('Vidas Escritas', 1992) no final do século XX, aí por 1996-7 (sim, porque eu já sou do século passado). Em registo biográfico, são narradas histórias breves e insólitas de grandes nomes da literatura universal, com curiosidades das vidas por eles vividas. Há recortes de pormenores, de vivências, de tiques, de vícios que tornam os grandes nomes bem comuns a qualquer ser humano (isto porque, às vezes, até esquecemos que o foram e se sentiram tão bem e tão mal como qualquer um de nós em circunstâncias tão várias).
ResponderEliminarFica a tua nota para, quando tiver tempo, colocar o "Berta Isla" diante dos olhos.
Beijinho e bom fim de semana.
Obrigada, Vítor.
EliminarPois, tu és do século passado, eu sou do século passadíssimo!!!!
Irás gostar de Berta Isla, de certeza. Se quiseres, empresto-to, embora o tempo de professor seja teleocupadíssimo. E, em breve, presencial.
O livro que citas também deve ser muito interessante. Para além, de certeza, de uma escrita muito sedutora, permitirá conhecer momentos de vidas de pessoas célebres, mas que não deixam de ser vidas humanas, com as naturais fragilidades e forças.
Bom fim de semana - com boas maresias.
Um beijinho
M.
Acredito que seja um livro fascinante de ler
ResponderEliminarBoa noite
Feliz fim de semana
Obrigada. Sim, é mesmo.
ResponderEliminarUm bom fim de semana também.
M.