Um filme português com uma família: os pais, duas filhas, um genro e uma neta.
Ao balcão do café, à mesa, no cansado sofá, todos conversam sobre as suas vidas, mostram afetos, partilham preocupações e arrelias... tudo como numa família comum.
O pai é um pescador que vai, todos os dias, no seu barco, em busca de peixe do rio. O negócio não corre bem, mas não deixa de sair de casa cedo, sob as luzes róseas que as madrugadas vão mostrando.
É um homem reflexivo de mãos grossas, braços musculados, que puxa as redes, que as conserta, que põe o motor do barco a trabalhar diariamente sob o céu pintado de cores ainda da noite ou do alvorecer.
Recorrentemente, em terra, olha o horizonte, fuma cigarros em silêncio, bebe solitárias cervejas, senta-se à mesa dizendo poucas palavras, ouve conselhos da mulher e parece arrastar consigo ondas de alguma tristeza e algum mistério, mas nunca de desamor.
Recorrentemente, em terra, olha o horizonte, fuma cigarros em silêncio, bebe solitárias cervejas, senta-se à mesa dizendo poucas palavras, ouve conselhos da mulher e parece arrastar consigo ondas de alguma tristeza e algum mistério, mas nunca de desamor.
Toda a família parece unida por fortes e alegres laços, apesar dos problemas que advêm de fracos recursos. Sem grandes dramas nem grandes euforias, vivem o pulsar dos dias que em conjunto vão alimentando.
Não há, no filme, uma grande história, mas as pequenas histórias dos dias de muita gente.
Não há, no filme, uma grande história, mas as pequenas histórias dos dias de muita gente.
Gostei do filme "Terra Franca" de Leonor Teles, jovem realizadora portuguesa, que escolheu aquela família e não atores profissionais. E é curioso que todos pareciam estar a viver os momentos sem o incómodo das câmaras.
Retomando uma palavra do título, a ideia que fica é que é uma família de gente franca, o que é consolador.
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