Hoje, dia em que se fala muito dos animais, e ainda bem,
partilho de novo um texto que publiquei aqui, em 2011.
É sobre o Dunas, um cão que viveu connosco mais de uma dezena de anos
e que deixou muitas saudades.
Há dias escrevi um pequeno texto
sobre o Dunas, o nosso velho cão labrador. Dei-lhe o título: “Tal como eu”. Se
o escrevesse hoje, infelizmente teria de pôr os verbos no passado. O Dunas
partiu numa noite sem luar no início deste mês de Agosto.
Ficou(-me) a sua alegria segura e
serena quando abanava a cauda bebendo água, vendo a comida, recebendo festas,
tendo companhia, entrando no carro para ir passear...
O seu nome foi escolhido porque o
pelo fazia lembrar dunas claras e macias. No verão, em Mindelo, gostava de
correr na praia e subir as dunas. Sempre a abanar a cauda, sabia entregar-se -
com certeza como qualquer cão - a momentos de felicidade simples e livre.
Quando era mais novo e estragava
qualquer coisa, mostrava um olhar de arrependimento, baixando a cabeça e
parecendo pedir desculpa. Era inteligente se é inteligência compreender os
seres humanos e saber adaptar-se a eles.
Dava mais do que pedia. Sempre
disponível e à espera que os donos chegassem. Entrando em casa, deitava-se na
carpete da entrada, suspirava tranquilo e adormecia.
Perante a sua placidez, dizíamos
muitas vezes: “meu bom cão”. Parecia não querer incomodar, apesar de gostar de
conviver. Não sei se foi coincidência ou não, mas foi breve o tempo que
antecedeu a partida.
Ao texto anterior sobre o Dunas dei
o título “Tal como eu”. Corrijo agora: “ Melhor do que eu”.
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