Sentou-se no sofá. Sempre veria bocadinhos de espetáculos em muitas cidades e o fogo de artifício nos países que iam entrando no Ano Novo.
E a vontade alegre de celebrar 2018.
E a alegria louca de alguns. E a alegria contida de outros tantos.
E os palcos cheios de frenéticas luzes dançantes e coloridas.
E crianças a dizerem que estava a ser fixe, deixando adivinhar que estavam a pensar em jogos mais fixes.
E a segurança mais apertada porque o momento era de diversão, mas de um momento para o outro poderia rebentar a confusão.
E fãs dos Xutos que diziam, olhando o firmamento calmo da noite, que o Zé Pedro devia estar aos saltinhos e tinham vindo porque os Xutos são sempre os Xutos.
E as imagens todas juntas e os sons quase em simultâneo a mostrar o mundo. Não fossem as legendas e os países e as ilhas e as cidades pareciam uma praça grande a celebrar o Ano Novo. E com os mesmos sorrisos. E com os mesmos desejos. E com os mesmos votos. E com os mesmos gestos. E com os mesmos sonhos. E com a vontade crente de que o ano que aí vem vai ser melhor do que o que já ficou para trás no calendário.
Continuou no sofá.
Estava a apreciar o vigor esbelto de muitos apresentadores e apresentadoras. E das roupas que não se engelhavam nem saiam do sítio certo. E dos penteados que se mantinham intactos. E dos sorrisos que nunca esmoreciam. E dos movimentos sempre vibrantes.
E de tanta exterioridade.
Acabou por adormecer.
Acordou ao som do estrondoso fogo de artifício que parecia surgir de toda a parte.
Olhou o telemóvel. Marcava OO.OO.
2018 tinha chegado. Uau! É verdade, as passas. Estavam em cima da mesa numa caixinha. Oh! Custava a abrir. Quase as engoliu e quase se esqueceu dos desejos. Queria atender também o telefone que tocava. E ligar também para desejar Bom Ano. Não podia falhar. Não queria falhar.
Conseguiu.
O fogo de artifício de proximidade ia abrandando.
Voltou a adormecer, sem desligar a televisão com imagens que via de forma intermitente.
De manhã, quando acordou, leu uma mensagem não lida:
"Tenho um feeling que este ano vai ser bom. Feliz Ano Novo."
Ao lado, uma bela imagem abria um incessante fogo de artifício.
E, Dolores, que este ano seja verdadeiramente NOVO! Limpo como as manhãs de Sophia... E azul, como todos os nossos poetas cantam...
ResponderEliminarBeijinho grande!
Zá
Obrigada, Zá,e que NOVO seja também o teu Ano Novo, embora muita coisa fique do ano findo "para que nada (de bom) se perca.
ResponderEliminarAbraço
M.