O pássaro domesticado vivia na gaiola e, o pássaro livre, na
floresta.
Mas o destino deles era encontrarem-se, e a hora finalmente
havia chegado.
O pássaro livre cantou:
- Meu amor, voemos para o bosque.
O pássaro preso sussurrou:
- Vem cá, e vivamos juntos nesta gaiola.
O pássaro livre respondeu:
- Entre as grades não há espaço para abrir as asas.
- Entre as grades não há espaço para abrir as asas.
- Ah, lamentou o pássaro engaiolado - no céu não saberia onde
pousar.
O pássaro livre cantou:
- Amor querido, canta as canções do campo.
- Amor querido, canta as canções do campo.
Mas o pássaro preso respondeu:
- Fica junto comigo, e eu te ensinarei as palavras dos sábios.
- Fica junto comigo, e eu te ensinarei as palavras dos sábios.
O pássaro da floresta retorquiu:
- Não, não! As canções não podem ser ensinadas!
- Não, não! As canções não podem ser ensinadas!
E o pássaro engaiolado gemeu:
- Ai de mim! Eu não conheço as canções do campo.
- Ai de mim! Eu não conheço as canções do campo.
Entre eles o amor era sem limites, mas eles não podiam voar asa com
asa.
Olhavam-se através das grades da gaiola, mas em vão desejavam
conhecer-se. Batiam as asas ansiosamente, e cantavam:
- Chega mais perto, meu amor!
Mas o pássaro livre dizia:
- Não posso! Tenho medo da tua gaiola com portas fechadas.
- Não posso! Tenho medo da tua gaiola com portas fechadas.
E o pássaro engaiolado sussurrava:
- Ai de mim! As minhas asas ficaram fracas e morreram.
Prémio Nobel de Literatura em 1913.
Calcutá - 1861/Bengala -1941.
- Ai de mim! As minhas asas ficaram fracas e morreram.
Rabindranath Tagore - poeta e escritor indiano.
Prémio Nobel de Literatura em 1913.
Calcutá - 1861/Bengala -1941.
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