Hoje, numa aula de décimo ano, estivemos a analisar a
crónica "Tamanho do mundo", de António Lobo Antunes (in Visão 20 de
abril, 2006).
A propósito, vieram as diferentes associações que fazemos
através da memória. Uma menina contou, então, que tinha ido ao Bom Jesus, em
Braga, e que lá reencontrara o velho fotógrafo que lhe tinha tirado um retrato,
sentada no cavalinho de cartão, quando ela tinha dois anos. Uma outra falou de
velhos postais que a avó guardava desde os tempos da guerra colonial em
África... E todos os que iam intervindo referiam as sensações que uma simples
imagem, lugar ou momento desencadea(va)m.
Perante o entusiasmo e junção de tantas ideias,
disse-lhes que, em breve, poderiam construir a sua própria crónica.
Uma aluna perguntou então:
- E podemos escrevê-la sem rédea?
Não entendi logo, ou melhor, pensei que se estava a
referir à possibilidade de o tema ser livre.
- Não, setora, não é
isso, se podemos escrever sem haver número limite de palavras, sem divisão do
texto em parágrafos, sem palavras obrigatórias...
- Sim, desta vez, escreverão sem rédea, respondi
eu.
E pensei logo que teria, porém, de encontrar um tema
comum.
- Ó, setora, vamos escrever, então, sem
rédea, perguntou outra aluna muito perspicaz, enquanto olhava pela janela!
Sem querer, estava-me a dar o mote.
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