Alguns dos seus
bons momentos são passados à mesa.
Não só para
comer, é claro. Lá, está o computador, o
telefone tirado do seu suportezinho escuro, uma chávena de café ou de chá… Ao lado, em duas cadeiras vazias, estão
trabalhos para corrigir, um filme à espera de ser visto, uma cestinha com
novelos, agulhas, trabalhos inacabados, um livro para ler um pouco mais…
Por isso,
quando chega o tempo de se sentar à mesa, vem a pausa desejada. E quando surgem
ideias para um texto ou para uma estória, em vez de ser só pausa é a abertura à
imaginação, ao prazer tranquilo, à reinvenção de tempos e de espaços, aos mimos
às palavras que se escolhem.
E quando das
mãos saem pequenos trabalhos, que são um pequeno mimo para quem os recebe,
agiganta-se o gosto das coisas simples, pequenas mas originais.
E hoje, sábado
sossegado e de chuva miudinha, estar à mesa da cozinha é uma das melhores
opções. E há tanto para fazer!
Em frente à
mesa, está a pequena televisão. Muitas vezes sem som. Hoje, as imagens, os
títulos, as citações recaem sobre “Sócrates detido”. Desde o início da manhã.
Parafraseando uma
frase de Vergílio Ferreira, “Da minha língua vejo o mar”, apetece dizer que
também de uma mesa da cozinha se vê o mundo. Que poderia e deveria ser bem
melhor!
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