Há mais de uma dezena de anos, pedi recibos verdes
às Finanças. Preenchi todos os documentos que me impuseram. O tempo foi
passando. O trabalho foi bastante (embora poucas as tarefas), mas o dinheiro que
ganhei foi pouco. Porém, não é esse o problema que agora me preocupa.
Apesar de ter feito sempre todos os meus descontos e
pago todos os meus impostos, recebi há alguns meses uma carta comunicando-me
que devia ao Estado uns milhares de euros – mais do que o que ganhei em todo o
tempo em que usei os recibos verdes – por, alegadamente, não ter feito descontos para a
Caixa Geral de Aposentações.
Como sou professora, perguntei várias vezes: “Então
não há cruzamento de dados”?
Pedi ajuda, pus-me a caminho e entreguei todos os
comprovativos como sempre havia descontado para a CGA, aliás, como acontece com
todos os docentes.
Enquanto esperava pela resposta, ia perguntando se o
pedido havia sido deferido ou não.. Na Segurança Social, ouvi: “Isso não é nada
connosco, mas são coisas que demoram muito tempo”.
Nas Finanças: “Isso não é nada connosco, mas são
coisas que demoram muito tempo”.
Na Caixa Geral de Aposentações: “Tem de esperar. A
resposta seguirá por carta. Estas coisas demoram muito tempo”.
Hoje, soube que em algumas destas situações estão a
ser penhoradas, silenciosamente, contas
bancárias.
E, estou mesmo a ver, vou ter de pagar de novo uma
conta que já paguei. E como eu outros haverá.
E agora pergunto: para quem vai este dinheiro, uma
vez que a política é roubar aos fracos para dar aos fortes?!
A que estado chegou o estado deste país! A
verborreia monocórdica da ministra das finanças causa repulsa, porque o que
afirma agora com veemência inexpressiva nega depois com o mesmo tom de voz e
igual cara de pau.
O estado anda a espreitar os bolsos de cidadãos
honestos e desprevenidos. Com os outros nem se metem porque sabem que daí não
levam nada. E até lhes dão milhões.
E o pior é que com este sobressalto todo de valores
humanos nem se sabe se se pode confiar no polícia ou, pura e simplesmente, dar
logo o dinheiro ao ladrão!
Sāo todos iguais , nāo sò em Portugal m'as em toda a zona euro.GATUNOS!!!
ResponderEliminarComo seria bom que assim não fosse!
ResponderEliminarM.
Como escreveu Saramago, "isto, confessemo-lo sem vergonha, é uma terra de ladrões, olho vê, mão pilha" (II). E, para não variar, é a farsa e o ridículo destes governantes que são o olho e a mão, sem cara e sem pulso. Triste país! Coitados de nós!
ResponderEliminarSeria bom que assim não fosse, mas...
ResponderEliminarNa minha situação, estão outros professores, enfermeiros, etc. É-nos exigido um montante há muito pago à Caixa Geral de Aposentações. A confirmar-se a dívida, vou pagar mais do que o dinheiro que recebi com os recibos verdes, fazendo, por exemplo, algumas traduções. E sempre fiz os devidos descontos.
Como o Governo não mexe nas suas despesas, remexe nos bolsos dos contribuintes para se gabar de mais abundante receita. É triste, é muito triste.
Um abraço, Vítor.
M.
Pois é.
ResponderEliminarDemasiado triste.
Só por isso, refleti por causa de tudo isto: http://carruagem23.blogspot.pt/2014/10/verdades-saramaguianas.html
Beijinho.
Obrigada, Vitor
ResponderEliminarUm abraço
M.