Lê-se em epígrafe
"De suave e aérea a hora era uma ara onde orar"
Fernando Pessoa
Livro do desassossego
Ao primeiro
capítulo a autora chamou
“Antes do resto”
“Epílogo” vem em
4º lugar a contar do fim,
O último ponto
do índice é
“Ou seja, ara”
O livro, de 83
páginas, anunciado como romance na
capa, publicado, em 1ª edição, pela Porto Editora em outubro de 2013, começa
assim
“1. Mas as coisas
não giram ao nosso compasso. eu não sou romancista. Se fosse romancista
dividia-me em nomes de ficção - e disso não sou capaz. A própria ideia de fazer
uma história aterroriza-me…”
Há passagens que
fazem lembrar outros textos ou outras paisagens:
“As prendas de
tarde, depois de almoço (mas as prendas são sempre a meia-noite, precisa a
chaminé, o barulho fingido pela chaminé, as prendas são sempre a meia-noite
depois da consoada).” P. 42
E leem-se frases
onde rodam comboios, se observam japoneiras, se lembram brinquedos de infância,
se sentem saudades de amores vividos e não vividos, se escrevem textos em átrio
de hotel…
O texto é em prosa,
mas com muita poesia dentro.
Li este livro durante
umas horas da tarde de domingo.
E é, muitas vezes,
ao domingo que se procura um altar.
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