Uma mulher de meia idade senta-se a uma mesa de um
cafezinho de um Centro Comercial. Pouco depois, entra uma senhora muito
reduzida em tamanho por tamanha idade. Vem com outra mulher de meia idade que a
ajuda a sentar numa mesa ao lado da que
tinha sido ocupada há muito pouco.
A mulher de meia idade lê um livro de poemas e
segura um lápis na mão com que assinala algumas páginas. A senhora idosa olha a
paisagem envidraçada.
Passados uns instantes, pergunta à mulher de meia
idade (talvez mais um bocadinho, mas dá-me jeito esta expressão!):
- Tem um jornal? Sempre me ajudava a passar o
tempo!
A mulher de meia idade sorriu, disse que não, mas
que tinha um conto na carteira para ler a uma irmã que está no hospital, quando
houvesse oportunidade. A senhora mais idosa disse que sim e começou a ler com
atenção. No final, disse:
- É muito bonito. Também já fui à Floresta Negra,
mas não trouxe de lá nenhum abeto (um dos assuntos do conto era esse).
- Eu também não, porque é uma situação imaginada.
E falaram algum tempo. Depois, chegou a filha da
mulher de meia idade e despediram-se, desejando um Bom Ano.
Sem ser notícia,
talvez desse um bom conto.
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