No corredor, passam apressadas batas brancas e azuis.
Deslocam-se ao ritmo do cumprimento do horário das tomas dos
medicamentos, dos cuidados dos doentes, das luzes vermelhas acesas por dedos cansados que pedem ajuda.
No corredor, limpo e largo, há frascos de desinfetante ao
lado de sabonete para que os lavatórios escoem novas infeções.
As pessoas que passam no corredor, às vezes, riem para que a
alegria não se afaste pelo medo.
No corredor, corre a dor, instalada no corpo de quem a
sente.
Se pudesse, diria: corre, dor!
E desejaria a todos um Bom Ano Novo.
Corre
ResponderEliminarDor
Corre
Ponto Final que se quer tua
Meta
Sem reticências
Apenas uma
exclamação
Vida em
Exaltação
Dois pontos
Em nós
Permanece
E agora sim
Reticências
(Vírgulas aqui não há
Interrogações foram banidas
Pontos e vírgulas só para enumerações futuras
Travessões e aspas sempre
Porque o Tempo é de diálogo
de
citação)
Dor
Corre
Dor
Esfuma-te na linha
do Horizonte
feita
Til
Num pôr de sol
circunflexo
Sem graves e agudos acentos
como na palavra dor
isenta de acento
(porque a agonia é já de si acentuada)
Corre
Dor
Minha querida Dolores,
peço desculpa pelo possível despropósito desta tentativa de poema. Mas foi o que me surgiu depois da leitura do teu texto.
Que fique aqui (apenas) como uma espécie de espanta-dor!
Beijinho e um ano novo com o mínimo de dor(es)! Ou melhor, que elas fiquem apenas pelo teu nome.
IA
O teu poema é a prova como pontuas bem e como colocas o acento certo em todos os momentos. Obrigada.
EliminarAbraço
M.
Ah... e que o Abel Xavier não veja este comentário!
ResponderEliminar;-)
Mais um beijinho
IA
Confesso que esta não percebi!!!
EliminarBjs
M.
Afinal, tinha-me esquecido do que AX tinha dito: "um treinador é alguém que treina a dor".
ResponderEliminarBom seria que também a afastasse - não apenas dos campos de futebol, é claro.
Beijinho
M.