Enquanto  vestia o pijama, Brian perguntou:
—  Mamã, os outros meninos dizem que vamos ter uma árvore de Natal cá em casa. O  que é uma árvore de Natal? 
Aconchegados
  no pequeno quarto da casa de abrigo cristã para mulheres e crianças, 
Jenny  Henderson abraçou os filhos, Brian e Daniel, de seis e três anos,
  respetivamente.
—
  É uma árvore bonita que ajuda as pessoas a sentirem-se felizes com o 
nascimento  de Jesus. As pessoas costumam decorá-la no Natal e colocar, 
debaixo dela,  presentes que compram umas para as outras. 
Daniel  enrugou o nariz:
—  O que é “decorar”? E o que é o “Natal”?
A
  mãe suspirou. Durante todos os anos que vivera com o pai dos miúdos, 
ele sempre  recusara celebrar fosse o que fosse e por muito que ela lhe 
pedisse. Não se  celebravam aniversários, feriados, e muito menos o 
Natal. Daí que os rapazes  nunca tivessem soprado velas de anos, visto 
televisão, decorado uma árvore de  Natal, pendurado meias, comido um bom
 jantar de Natal, ou aberto quaisquer  presentes.
 Quando a casa dos Henderson se tornou  demasiado triste por causa das 
discussões e das atitudes de controlo e de  dominação, Jenny foi viver 
com os filhos para uma casa de abrigo. Agora, podiam  celebrar tudo o 
que quisessem, incluindo o Natal, juntamente com as outras mães  e 
crianças que lá viviam. Jenny abraçou Daniel:
—  Vou aconchegar-vos bem debaixo dos cobertores e contar-vos uma história  maravilhosa sobre Jesus e o Natal.
 E contou-lhes, com todos os detalhes, a  história da primeira noite de 
Natal. Depois, falou-lhes da decoração da árvore,  da troca de 
presentes, e da gratidão que devemos a Deus pelo nascimento do  Menino 
Jesus. 
—  Também quero amar o menino Jesus! — exclamou Brian. — E decorar uma árvore de  Natal!
—  Eu também quero! — pediu Daniel. — Diz que sim,  mamã!
Jenny  riu e disse:
—
  A Sra. Naples, a diretora da casa, disse que, neste sábado, vamos 
todos fazer  uma festa para decorar a árvore de Natal, e que todas as 
crianças, incluindo  vocês os dois, vão poder ajudar.
 Brian e Daniel ficaram tão excitados que  tiveram imensa dificuldade em
 adormecer. E a primeira pergunta que Daniel fez,  quando acordou na 
manhã seguinte, foi:
—  Já é sábado? Já podemos decorar a árvore? 
Quando  chegou a sexta-feira, ouviu-se uma exclamação:
—  A árvore já está aqui!
Todas
  as crianças se precipitaram pelas escadas abaixo e viram três homens a
 carregar  a árvore mais bonita que alguma vez tinham visto. Era tão 
grande que ia ficando  presa na porta. Os homens colocaram-na num 
pequeno pedestal e todos se juntaram  em torno dela. Quase chegava ao 
teto!
—  Podemos decorá-la já? — perguntou Daniel. 
A  Sra. Naples riu:
—  Lembra-te de que ainda é só sexta-feira, Daniel. Vamos decorá-la só amanhã.  
Nesse
  momento, o telefone tocou e a diretora foi atender. Era o pai dos 
rapazes. Uma  vez que nunca tinha sido violento com os filhos, o Sr. 
Henderson tinha  autorização para vir à casa de abrigo buscá-los, para 
irem fazer visitas em  conjunto. Ficou combinado que viria no dia 
seguinte, justamente à hora em que a  árvore ia ser decorada. 
É
  óbvio que os rapazes gostavam do pai. Contudo, o seu desejo de decorar
 a sua  primeira árvore de Natal era tão grande que perguntaram à Sra. 
Naples se podiam  colocar um só ornamento que fosse na sexta-feira. A 
diretora olhou primeiro para  a belíssima árvore e, em seguida, para os 
dois irmãos e para as outras crianças.  
—  O que acham, meninos? Acham que este pedido é justo? E se votássemos?  
—  Vamos votar! — pediram todos.
Pouco
  depois, todos ajudavam a carregar caixas inteiras de ornamentos, que 
colocaram  em torno da árvore despida. Virando-se para os dois irmãos, a
 Sra. Naples  disse:
—
  Rapazes, têm uma hora para decorar a árvore como quiserem. Podem tirar
 o que  quiserem das caixas, sem a nossa ajuda. Amanhã, quando estiverem
 fora, tiramos  os ornamentos para que as outras crianças possam ser 
elas mesmas a colocá-los.  Mas hoje é a vossa noite.
A  diretora mandou embora as outras crianças e deixou os dois irmãos sozinhos.  
Brian
  e Daniel nunca se tinham sentido tão felizes na vida. Pegaram em cada 
bola  brilhante, em cada grinalda cintilante, em cada conjunto de 
sincelos tão  cuidadosamente, como se fossem feitos de diamantes, e 
colocaram-nos na árvore  com todo o carinho. Algum tempo depois, a Sra. 
Naples passou pelo átrio para ver  como os irmãos se estavam a sair. Em 
torno dos ramos mais baixos, e tão alto  quanto os bracinhos lhes 
permitiam, Brian e Daniel tinham colocado ornamentos  alegres em azul, 
vermelho, verde, dourado e prateado, aos quais juntaram fiadas  de 
grinaldas e muitos conjuntos de sincelos.
Contudo,
  em vez de estarem a admirar o seu trabalho, tinham-se ajoelhado e 
rezavam, de  olhos fechados. Brian dizia: “Muito obrigado, querido 
Jesus, por teres nascido  no Natal. E por nos teres deixado decorar a 
árvore. É o melhor presente de Natal  que alguma vez tive.” Daniel 
acrescentou: “Jesus, quando o nosso pai vier amanhã  e vir a nossa bela 
árvore, faz com que ele goste dela e que não se zangue. Faz  com que ele
 queira gostar de ti.”
Brian  pensou por um momento e disse: “Tens razão. Esse é que seria o melhor presente  de Natal”. 
Bonnie Compton Hanson
es@contadoresdehistorias.c

Gostei muito da história.
ResponderEliminarum beijinho
Gábi
Olá, Gábi
ResponderEliminarObrigada. Também gostei muito da história que publicaste na coletânea de contos de Natal da Editora Lugar da Palavra.
É pena haver tão poucos exemplares disponíveis no mercado.
Um beijinho e continuação das belas coisas que produzes.
M.
:) Fiquei contente por saber que gostaste :)
ResponderEliminarum beijinho
Gábi