Há uma expressão antiga de que me lembro às vezes.
A propósito das turmas, alguns professores diziam: é uma turma certinha. Muitas vezes ouvia a expressão e ficava a pensar no que a palavra "certinha" poderia representar: pessoas que falavam todas ao mesmo tempo e no mesmo tom de voz? Pessoas que se sentavam e levantavam ao mesmo tempo? Pessoas que usavam roupa das mesmas cores? Pessoas que diziam as mesmas coisas e aderiam às mesmas ideias?
Agora julgo que ninguém o diz. Cada vez "certinha", neste contexto, é palavra pouco certa. Se é que alguma vez o foi.
Uma das razões é o facto de ser natural a existência de diversidade na sala de aula. De facto, cada aluno tem uma história de vida bem diferente das demais. Algumas bastante difíceis. Muitas vezes só os diretores de turma é que se vão apercebendo de problemas familiares e económicos graves.
O direito à diferença é um bem do século. Porém, tanta desigualdade já é um mal.
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