A confiar nas notícias de hoje, 70% dos estudantes universitários portugueses pensam emigrar, após conclusão dos seus cursos. A causa principal é a falta de trabalho.
Há uns anos, eu assistia ao cortejo universitário anual e ia pensando como era possível haver trabalho para tantas pessoas. Eu encontrava-me nos Clérigos, no Porto, e o desfile dos estudantes demorou horas. Eram milhares os jovens das diferentes faculdades, tanto públicas como privadas, que engrossavam as ruas do Porto até chegarem à Praça do Município.
Perante aquela multidão de estudantes ou recém-licenciados, muita gente se deve ter interrogado, tal como eu, se aqueles jovens teriam saídas profissionais num futuro próximo.
O desemprego e as dificuldades em arranjar o primeiro emprego não são problemas apenas de Portugal, mas o facto de os índices de escolaridade terem sido muito baixos até ao 25 de abril de 74 trouxe consequências que vão demorar a desaparecer.
A escolaridade obrigatória e acessível a todos foi um dos grandes bens da democracia.
Ouso até dizer que a falta do primeiro emprego para os jovens é ainda uma consequência de tantas décadas em que a educação foi menosprezada.
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