Quando eu era pequena, íamos aos matos das proximidades apanhar maias para pôr nas fechaduras das portas na noite de 29 de abril para 30 de maio. Julgo que a tradição ainda se mantém, porque as maias que se veem estão sobretudo em lugares altos onde não é fácil chegar. As que estavam ao alcance da mão foram sendo colhidas.
Também muitos lavradores ou pessoas que tinham hortas colocavam maias entre as batatas, as favas, as ervilhas... Pretendia-se que tanto as casas como os campos fossem preservados do mal. Dizia-se que as maias defendiam os campos do arejo, que causava a destruição. Nas casas, o diabo não entraria se na fechadura houvesse raminhos de maia.
Ficam festivos os matos pintados assim de amarelo. É uma forma de olharmos um pouco mais para a natureza e de acreditarmos, com bondade e inocência, em forças que nos transcendem.
Procurei, na net, a origem desta tradição, que eu julgava pagã. O que me apareceu tem até raízes cristãs.
Para além de como tudo começou, vou tentar arranjar maias para pôr nas fechaduras das portas. Como muitas mais haverá, a noite ficará mais alegre e colorida. Não vá o diabo entristecê-la.
Texto bonito.
ResponderEliminarAcho que já li um texto que falava deste hábito como sendo mesmo pagão e que os cristãos adaptaram. Se o encontrar (ai esta memória!) mostro-to.
Entretanto, em maio, não me deixo levar muito pelas maias. Prefiro 'Os Maias'!
(Não é troca de género, não...)
;)
Pois, neste tempo das maias, ando também com Os Maias de Eça de Queirós. Ainda estamos a entrar no Ramalhete: olhando (espero que sim!) os frescos das paredes, a Vénus Citereia, o ramo dos girassóis...
EliminarUm abraço
M.