sábado, 10 de março de 2012

Confissões

Há muitos anos, eu  trabalhava a uns trinta quilómetros de casa. Entre colegas, combinámos levar o carro à vez. Para além da poupança na gasolina, as viagens eram mais animadas. Falávamos das peripécias do dia, das notícias, da família, dos trabalhos que íamos executando...

No regresso, falávamos muitas vezes de receitas de cozinha: de pratos que sabíamos fazer, de que gostávamos, etc.

Este tema era quase sempre no regresso porque devia ser quando estávamos mais libertos e também com alguma fome.

Mas os temas podiam ser bem diferentes. Às vezes,  falávamos sobre religião, porque alguém defendia as vantagens da confissão dentro dos preceitos da religião católica, isto é, a um padre. E as razões apresentadas eram sobretudo o facto de se evitar perder tempo e gastar dinheiro num psiquiatra. E entre sorrisos, havia insistência: então, não acham que é melhor? E é de graça! E não tem de se marcar consulta!

Quando passo nessa estrada, ladeada de árvores de mimosas bem amarelas no final do inverno, lembro-me dessas nossas conversas. Entre vozes e gargalhadas, também partilhávamos as nossas confissões.

Comentário:
E também, do bacalhau com natas da Marília... Era cá uma fome, que até o José António dizia que ia sair dali feito num oito. Onde estará este colega? Que saudades desse tempo! Se pudesse voltar atrás, metida numa máquina do tempo e viajar até ao ano de 1980 à la recherche du temps perdu, ia de certeza encontrar esses colegas ausentes hoje, mas sempre presentes na minha memória. Fizeste bem em recordar aqui esses espaços e esses tempos felizes. Obrigada por teres partilhado também comigo alguns desses momentos. CS em Confissões

1 comentário:

  1. E também, do bacalhau com natas da Marília... Era cá uma fome, que até o José António dizia que ia sair dali feito num oito. Onde estará este colega?
    Que saudades desse tempo!
    Se pudesse voltar atrás, metida numa máquina do tempo e viajar até ao ano de 1980 à la recherche du temps perdu,ia de certeza encontrar esses colegas ausentes hoje, mas sempre presentes na minha memória.
    Fizeste bem em recordar aqui esses espaços e esses tempos felizes.
    Obrigada por teres partilhado também comigo alguns desses momentos.
    CS

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