Alfred Sisley
NEVOEIRO
Nem
rei nem lei, nem paz nem guerra,
define
com perfil e ser
este
fulgor baço da terra
que
é Portugal a entristecer –
brilho
sem luz e sem arder,
como
o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém
sabe que coisa quer.
Ninguém
conhece que alma tem,
nem
o que é mal nem o que é bem.
(Que
ânsia distante perto chora?)
Tudo
é incerto e derradeiro.
Tudo
é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal,
hoje és nevoeiro...
É
a Hora!
Fernando Pessoa, Mensagem
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