13 de setembro
Querido diário,
Escrevi-te há algumas horas, mas como ainda tenho um bocadinho de tempo livre fui andar de bicicleta. Quando cheguei a casa, tive vontade de te escrever outra vez. Antes de sair, ouvi não sei quantas vezes: Mariana, anda devagar. Mariana, não fales com pessoas que não conheces, mesmo que pareçam fixes, como tu dizes. Mariana, atenção às pedras e aos carros. Mariana, anda só onde houver gente. Mariana, não demores…
A gente quando chega à escola, tem de se lembrar de regras que nunca mais acabam. Eu acho que as mães também deviam saber algumas. Por exemplo, que não se pode repetir tantas vezes as mesmas coisas. Fogo.
Quando ando de bicicleta, lembro-me de muitas coisas. A minha mãe diz que isso lhe acontece quando anda a pé. Diz que se lembra de coisas giras mas que depois se esquece. Eu juntei dinheiro e comprei-lhe uma agenda moleskine para ela tomar notas. Agora anda sempre com ela na carteira. Qualquer dia, vou espreitar.
Se calhar por ter falado da minha mochila, enquanto andava de bicicleta, lembrei-me que nunca tive nenhum professor que usasse mochila ou rabo de cavalo. Mas eu já vi e achei fixe. Os meus profs usam sempre pasta e cabelo rentinho. Algumas pastas são horrorosas. Tenho até um setor que usa uma pasta preta , muito cheia e já velha. Quando a abre, até demora a encontrar os papéis. É fixe porque assim podemos falar um pouco mais.
Será que é este ano que vou ter um prof de mochila e de rabo de cavalo? Falta pouco pra eu ficar a saber.
Até amanhã, querido diário.
Mariana
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