A trepadeira do muro enleou-se no silvado
E os picos estranharam a maciez das outras folhas
A ameixoeira caiu.
Não aguentou tantos frutos.
O tronco estava frágil e o vento foi mais forte
A romãzeira tem flores laranja
Que dão romãs rosa
Por entre as roseiras vermelhas.
A flor de laranjeira
É neve perfumada suspensa nas folhas em concha
Os narcisos abrem-se no início de Fevereiro.
Eu penso: são velas acesas para celebrar o teu aniversário
Descobri a olaia
Quando um menino a pôs num poema.
Olhai-a, dizia ele no espontâneo haiku
A relva pisada ficará menos macia
E precisará de mais chuva
Para poder olhar o céu
As boninas eram flores pequeninas
Que enfeitavam os muros da minha infância.
Com pampilhos fazíamos colares
perfumados e macios
que faziam cócegas no pescoço
A rosa vermelha trepava no muro cinzento
Em busca de luz mais clara
A nossa casa tinha uma laranjeira
Dava laranjas e sombra em dias de Verão
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