sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Instantâneos


A trepadeira do muro enleou-se no silvado

E os picos estranharam a maciez das outras folhas

A ameixoeira caiu.

Não aguentou tantos frutos.

O tronco estava frágil e o vento foi mais forte

A romãzeira tem flores laranja

Que dão romãs rosa

Por entre as roseiras vermelhas.

A flor de laranjeira

É neve perfumada suspensa nas folhas em concha

Os narcisos abrem-se no início de Fevereiro.

Eu penso: são velas acesas para celebrar o teu aniversário

Descobri a olaia

Quando um menino a pôs num poema.

Olhai-a, dizia ele no espontâneo haiku

A relva pisada ficará menos macia

E precisará de mais chuva

Para poder olhar o céu

As boninas eram flores pequeninas

Que enfeitavam os muros da minha infância.

Com pampilhos fazíamos colares

perfumados e macios

que faziam cócegas no pescoço

A rosa vermelha trepava no muro cinzento

Em busca de luz mais clara

A nossa casa tinha uma laranjeira

Dava laranjas e sombra em dias de Verão

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