Hoje, fui, com duas amigas, fazer uma pequena viagem na linha do Vouga: o vouguinha, como algumas pessoas lhe chamam.
Saímos de Espinho por volta das nove e meia da manhã e, passadas umas duas horas, estávamos em Sernada do Vouga.
Ao longo da viagem, fomos vendo campos verdes de milho, algumas casas rente à linha, em avançado estado de degradação, longa extensão de mato e árvores a tapar o serpenteado do percurso…
Quem motivou para esse olhar, na carruagem quase vazia, foi a D. Eduarda, uma funcionária simpática e expedita que, nos apeadeiros, saía do comboio para abrir e fechar as cancelas. Para além disso, sorria, falava com sensato à vontade, comunicando bem com os passageiros. A pedido, marcou três almoços, por telefone, no café da estação. Não sem antes informar que o prato do dia era arroz de legumes e costeleta grelhada.
Em Sernada, havia calor, linhas antigas ainda ativadas, um velho comboio no centro aberto da estação, uma horta bem regadinha e verde, buganvílias frondosas, um rio com corrente fraca e interrompida, secas ervas daninhas, feijões a secar ao lado das vagens vazias, belos e antigos pinheiros mansos, algumas casas com silêncio de riqueza antiga…
E uma expressiva senhora magrinha no café da estação a dizer que espera que a linha não acabe.
Depois do almoço, deixámos o local, entrando num velho comboio onde se lê que presta serviço há 100 anos. E apetece (-me) dizer: se ainda há tantas flores frescas, muitas mais deverão florir.
DG
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