domingo, 31 de dezembro de 2017

Bom Ano Novo "sem angústia e sem pressa"!

Recomeça…

Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…

Miguel Torga

sábado, 30 de dezembro de 2017

"Cortar o tempo"

 
Lucio Fontana, 1965

 

«Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente»

 

Carlos Drummond de Andrade 

 

Brexit, MEO culpa!

Quando me desloco a Londres, utilizo por vezes o telefone para contactar com a família, sobretudo com quem não usa outros meios de comunicação.
Ora, quando falo do Reino Unido para Portugal ou de Portugal para o Reino Unido, logo a MEO me envia mensagem dizendo que o roaming será cobrado, o que, segundo a atual legislação, é ilegal.
Pus o problema, via telefone, à MEO e a pessoa que me atendeu disse com toda a convicção que o Reino Unido já não obedece às mesmas regras europeias devido ao Brexit. Disse-lhe que tal só acontecerá em 2019. Respondeu-me, com a mesma convicção, que achava que não mas que ia pedir informação a quem de direito. Durante alguns minutos, vieram vários "obrigado por estar a aguardar" e "obrigado por ter aguardado" e a resposta foi: o Reino Unido já não faz parte da Europa. 
Vi que estava a perder tempo e o melhor era deslocar-me a um posto da MEO e pôr pessoalmente o problema.
Mas como se passaram alguns dias e não tive oportunidade de me deslocar ao Porto, voltei a ligar. A mesma resposta. Porém, este funcionário deu seguimento à questão e, passadas umas horas, chegou-me a mensagem que tinha sido reembolsada de umas dezenas de euros.
É caso para dizer que um erro qualquer um comete, mas meter tanto dinheiro ao bolso com um erro é que já é de desconfiar.

Está quase!

Já passou a semana de Natal, para muitos de grande frenesim. A que se vive agora também não é muito tranquila, mas sempre dá para respirar um pouco melhor.
Já se esperou em muitas filas. Já se deram e receberam prendas. Já se arrumaram muitos saquinhos, que foram guardados noutros sacos, uns para reciclar, outros para reutilizar quando for necessário. 
Tenho uma caixa onde ponho os laços e fitas e é como se contassem também pequenas histórias de amor e amizade partilhadas no Natal.
Hoje guardei uns laços que têm de ser reutilizados em presentes especiais, porque são especialmente delicados e acetinados. Por enquanto, ficam guardados na caixa onde se juntam a outros laços e fitas.
Gosto desta fase de quase tudo a voltar ao normal. Dou as boas-vindas à rotina e aos dias mais organizados e não amontoados a pedido da quadra.
E todos nos lembramos de  coisas que aconteceram à volta das prendas. Como o caso das que são trocadas, indo parar a outro destinatário. Ou quando falta uma que, por esquecimento, não foi comprada ou ficou em casa. Ou quando se chega à conclusão embaraçosa que a criança cresceu e que aquele presente já pouco lhe diz.
Ou, como uma vez aconteceu ao meu avô, receber o mesmo tipo de prenda, neste caso, meias. Parecia combinado sem ninguém ter combinado nada. Antes de desembrulhar o novo presente, logo ele dizia com um brilhozinho matreiro nos olhos pequeninos:
- Oxalá sejam de cor diferente!
Mas, sim, declaradamente sim, gosto deste voltar à realidade, sem tanta correria para que os doces fiquem mais doces, os afetos mais assinalados e os presentes se imponham como obrigação.
Está quase! Já se pode descansar um bocadinho mais! Uf!


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Com tradições de Natal!

Há dias, enquanto conduzia, ouvi uma rubrica na rádio sobre o frenesim das compras do Natal, o que rouba muito tempo ao descanso e ao direito a momentos necessários de preguiça.
Foi apresentado também o argumento de que muita coisa se faz nesta quadra para compensar muito do que não é feito durante o ano.
Gostei de ter ouvido aquilo e ajudou-me a viver com mais tranquilidade possíveis esquecimentos, possíveis falhas pela parte que me toca. Ah, e também a reduzir o stresse e a pensar que, muitas vezes, se faz o que se pode e não tudo como se desejaria, e o melhor será estar com as pessoas e dar-lhes atenção.
Porém, como muita gente comum como eu, faço uma lista e vou dando baixa dos nomes das pessoas para as quais já tenho o presente. Em família, optamos pelo "Amigo secreto" entre os adultos, o que facilita bastante.
Ainda assim, há bastantes presentes. Gosto de usar presentinhos feitos por mim: compotas, saquinhos de bombons, bonequinhas de fuxicos, mas nem sempre isto vem a calhar!
E dou comigo a pensar se não seria melhor distribuir estes presentes durante o ano para comemorar momentos e não apenas datas de calendário. Mas a tradição, neste aspeto, continua a ser o que era, malgré tout!
E ainda me faltam umas coisitas! E para mais o telemóvel caiu e o vidro ficou todo estalado! E os piscas do carro podem de repente voltar a falhar! E ainda não visitei familiares que sei que estão à espera! E, se calhar, vai chover e estar frio no Natal! E tenho de comprar o pão para as rabanadas e hoje já deve haver fila! E as pessoas que não têm prendas de Natal. E as pessoas que não têm ninguém no Natal. E ainda não levei umas coisas à família que vive perto e que sei que bem precisa.
De facto, sou um ser comum como muitos seres comuns, mas, acreditem, tentarei que o meu Natal seja tranquilo e não anule momentos de descanso e de preguiça, o que me ajudará a compreender melhor também a necessidade de tranquilidade dos outros. E sobretudo pensar que há muitos dias para além do Natal.
Tenham um Feliz e Tranquilo Natal!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O Pai Natal que não queria arruinar o Pai Natal

Chegou o dia da festinha no Infantário. O pai de uma menina tinha sido convidado para fazer de Pai Natal. O Infantário arranjou a roupa de Pai Natal, o saco de Pai Natal e prendinhas para o Pai Natal dar aos meninos, sem as quais o Pai Natal não seria Pai Natal.
Mas o pai da menina, neste caso o Pai Natal, tinha uma grande preocupação: se a filha o reconhecesse, lá se ia a magia do Pai Natal. Ho Ho Ho, ia dizendo para vencer a preocupação.
 Para muitos meninos, seria um bom momento, para a menina a quem mais queria poderia ser uma ruína de muitos sonhos que queria ajudar a construir.
Ai se ela descobre, pensava. Se calhar, começa a chorar. Ou pede para tirar as barbas. Ou fica tão espantada que nem ela percebe a reação. Ho Ho Ho! Valha-me Santa Claus!
À hora prevista, lá entrou o Pai Natal na sala onde os meninos e pais o esperavam.
E todos o saudaram. E aplaudiram. E aproximaram-se dele. E sorriam. E perguntavam o que trazia no saco.
E a filha olhava, olhava. Parecia o papá. Não, ele não usava os óculos na pontinha do nariz. Não, ele costuma falar e contar histórias. E cantar. E o Pai Natal quase só dizia Ho Ho Ho!
E nunca se afastou muito do Pai Natal, porque a voz era parecida com a do papá. Mas o papá era o papá, não era o Pai Natal.

Quando chegaram a casa, a menina, entusiasmada, contou ao pai que o Pai Natal tinha ido à escolinha. E a mãe confirmou. E ambas mostraram a prendinha do Pai Natal, enquanto a menina repetia Ho Ho Ho!

E a palavra ruína ficou escondidinha no saco que foi posto dentro de uma mala e em cima do guarda-fatos para uma menina de dois anos não poder chegar. Ho Ho Ho!

domingo, 17 de dezembro de 2017

Talvez a Clarinha goste!

Tenho vários presépios. Uns comprados, outros oferecidos.
Dias antes do Natal, ponho alguns lado a lado, por cima da lareira. É assim há bastantes anos.
Impossível não avivar memórias. O presépio que veio de África e que foi feito, pela primeira vez, por um artesão.
O presépio mexicano, cheio de cores, que foi oferecido por uma amiga de há muitos anos.
Os presépios pequeninos com tantas habilidades e materiais concentrados.
E fixo-me no presépio, pequeno e simples, que comprei na Provença, os santons de Provence, numa viagem a essa região, num verão especial, há dezena e meia de verões.
Todos os anos, no inverno, tiro-os das caixas e volto a arrumá-las com os papéis protetores das figurinhas que quero conservar.
Alguns dos presépios mantêm-se nalguns lugares, fora das caixas, durante o ano. De vez em quando, mudo-os. Algumas memórias é que não se alteram. Vão-se juntando outras, felizmente. Tal como alguns objetos que se vão encontrando. Como as pequenas árvores de cartão que encontrei num montinho de coisas à espera de arrumação, numa tarde em que o tempo e o sossego me ajudaram a chegar aos pormenores.
Coloquei-as atrás dos santons e  logo pensei: talvez a Clarinha goste! Se as memórias que ela construir, também dos presépios, forem boas, tanto melhor.  E as caixinhas lá ficarão, ganhando ainda mais sentido.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Fabulosa Natureza

Um orangotango espreitando atrás de uma árvore num rio em Bornéu, Indonésia Jayaprakash Joghee Bojan/ National Geographic Nature/ Photographer of the year 2017

Um cont(inh)o de Natal!

Chuva no Litoral (1977) Paterson Ewen


Sem estrondo

Conheciam o ritual desde muito pequenos. Os quatro irmãos punham o sapatinho na beira da chaminé, na cozinha, depois da ceia de Natal e iam dormir, não sem olhar algumas vezes para trás, confirmando que os sapatinhos estavam a jeito para receber os presentes.
Logo de manhãzinha, vinham a correr ver o que o menino Jesus lhes tinha oferecido.  Às vezes, diziam que as prendas tinham sido trazidas pelo Pai Natal, mas a mãe não concordava  porque o achava demasiado pagão para entrar em sua casa naquela noite sagrada.
Em anos mais prósperos, os meninos encontravam um brinquedo ou um livro; em Natais de menos fartura, umas pequenas guloseimas, porque era preciso poupar e arrecadar como a formiguinha e nada de entusiasmos e esbanjamentos, como era próprio da cigarra.
O tempo ia passando, os meninos crescendo e os presentes apareciam nos sapatos conforme necessidades muito práticas. Ou era um casaco, ou um pijama, ou um gorro para o frio... Os meninos ficavam até a pensar como é que o Pai Natal adivinhava as carências de cada um. Nesses momentos, a mãe intervinha dizendo que tinham a prova de que era o menino Jesus, filho de Deus, que trazia as prendas no Natal, porque  tudo via, tudo sabia e tinha capacidades infinitas.
Os meninos continuavam a achar estranha a vinda noturna de um ser divino ou terrestre para depor  presentes nos sapatos, entrando pela chaminé, sem ninguém os ver nem ouvir. Quanto mais os meninos cresciam, mais lhes custava a compreender este mistério.
Chegou então o Natal em que as meninas (eram duas raparigas e dois rapazes) tinham pedido um guarda-chuva ao menino Jesus ou ao Pai Natal, porque as dúvidas também cresciam ou se, o que era mais certo, a prenda vinha de muito mais perto, sem haver necessidade de descida dos Céus à Terra ou da longa e gélida viagem de trenó. Achavam até estranho que o velhinho de barbas brancas nunca tivesse apanhado uma pneumonia ou partido uma perna nas subidas ou descidas.
Rosa, a mais perspicaz, dizia a Maria, mais nova e mais crente nas delícias da imaginação, que era impossível um ou outro trazer tantas prendas, embora soubesse que muitos meninos nada recebiam. A irmã, porém, continuava a afirmar que tinha visto uma vez o menino Jesus na chaminé a pôr as prendinhas nos sapatos usados de borracha e que os cabelinhos eram encaracolados e clarinhos. Rosa respondia que só podia ter sido um sonho. O André e o Manuel, os irmãos, ligavam mais à realidade e o importante era receberem os brinquedos que tinham pedido, sobretudo bolas e camiões.
Chegou a noite da consoada. Os pratos de festa foram tirados do armário, lavados e postos a escorrer com a travessa cavalinho onde seriam servidas as batatas, o bacalhau e as hortaliças. Para as rabanadas, a aletria e o leite-creme também tinham sido retirados os pratos grandes, com um fiinho dourado à volta, do armário. Mesmo vazios, pareciam já cheirar a açúcar e a canela.
Que presente receberiam naquela noite? Rosa e Maria sabiam que cada uma precisava de um guarda-chuva. Seria essa a prenda que iam encontrar no sapatinho?
Veio a hora da ceia. A família sentou-se à mesa. O cão Dunas ficou enroscado e a dormitar na cozinha, perto do fogão, para receber algum do seu calor, porque lá fora o vento gelava.
Enquanto a mãe colocava o prato das rabanadas no centro da mesa, ouviu-se um pequeno estrondo. Talvez fosse a ventania que tivesse atirado alguma planta ao chão. Continuaram, porém,  a saborear os prazeres ainda quentinhos da mesa. Mais tarde, quando o vento amainasse, via-se se havia estragos.
E foi quando o Dunas apareceu na sala, puxando, ora um ora outro, dois pequenos guarda-chuvas em tons diferentes de cor-de-rosa. A mãe ficou com um quente rubor nas faces e só dizia:
- Maldito cão que foi atrás da porta da cozinha!
E Rosa, a mais espevitada, disse abraçando o cão:
- Daqui em diante, vou chamar-te Dunas, o Pai Natal.
Nesse momento, Maria olhou a mãe, com meiguice, querendo assegurar que nunca lhe dariam o nome de Menino Jesus.




terça-feira, 12 de dezembro de 2017

"All I Want For Christmas Is You"

                                                                                   O original desta música é de Mariah Carey 
e foi partilhada no blogue Bem-vindo ao Paraíso
https://isauraafonseca.wordpress.com
Obrigada. Partilho-a eu agora, porque tem a
alegria e o quentinho que todos
desejaríamos para o Natal.
Para todos. 

I don’t want a lot for Christmas
There is just one thing I need
I don’t care about the presents
Underneath the Christmas tree
I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true oh
All I want for Christmas is you
I don’t want a lot for Christmas
There is just one thing I need, and I
Don’t care about the presents
Underneath the Christmas tree
I don’t need to hang my stocking
There upon the fireplace
Santa Claus won’t make me happy
With a toy on Christmas day
I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
All I want for Christmas is you
I won’t ask for much this Christmas
I won’t even wish for snow, and I
I just wanna keep on waiting
Underneath the mistletoe
I won’t make a list and send it
To the North Pole for Saint Nick
I won’t even stay awake
To hear those magic reindeer click
‘Cause I just want you here tonight
Holding on to me so tight
What more can I do
Oh, Baby all I want for Christmas is you
All the lights are shining
So brightly everywhere
And the sound of children’s
Laughter fills the air
And everyone is singing
I hear those sleigh bells ringing
Santa won’t you bring me
The one I really need
Won’t you please bring my baby to me quickly
I don’t want a lot for Christmas
This is all I’m asking for
I just wanna see my baby
Standing right outside my door
I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
Baby all I want for Christmas is you
All I want for Christmas is you, baby!

domingo, 10 de dezembro de 2017

Uma imagem natalícia?

West Hampstead, arredores de Londres, hoje.

A cor do presente e a noite de Natal

     António era funcionário público e os vizinhos chamavam-lhe o solitário da rua. Tinha uma vida pacata que, para alguns, seria monótona. Porém, sentia-se bafejado por momentos simples e felizes, como regressar ao fim da tarde e colher legumes para o jantar. Às vezes, ficava no quintal ou no jardim até à noite, arrancando ervas daninhas, podando ramos secos, lançando sementes à terra, colhendo verduras ou frutos...
Também fazia caminhadas com a cadela Duna, lia, ouvia música clássica, escrevia umas pequenas histórias que ia guardando...
Duna, uma labradora de gema, acompanhava-o, fiel e serena, há alguns anos. Em noites de inverno, dormia a seus pés, restabelecendo a ordem do mundo.
 Filho único, António vira os pais desaparecerem quando tinha vinte e quatro anos. Ainda festejaram a conclusão do curso e a sua entrada no mundo do trabalho. Os tios mais próximos, quando António ficou só, ofereceram-se para o receber. Agradeceu, mas não aceitou o convite. Preferia ficar na casa onde sempre vivera. Os tios concordaram porque, mais tarde ou mais cedo, casaria e haveria espaço para as crianças.
O tempo foi passando e tornando grisalho o cabelo de António. Nunca casou e a rotina diária era novelo que ia aumentando sem embaraços.
A rua onde habitava tinha a planura suficiente para os vizinhos se conhecerem. Apesar da discrição, ou por causa dela, António era muito observado. Sabia-se que não se ausentava longamente, a avaliar pelas janelas abertas logo de manhãzinha e luz acesa ao serão.
Porém,  depois do verão, as janelas mantiveram-se fechadas e as luzes não se acendiam. As vizinhas, curiosas, sabiam da sua presença na Repartição e das vindas a casa, mas de fugida.
- Onde passará ele as noites? 

(...)


Para os tios e primos, sempre amorosamente próximos, alegrias vermelhas. Pensou, a seguir, nos colegas da Repartição. Para a Fernanda, que tudo via cor-de-rosa,  uma planta da mesma cor; para a Linda, que apreciava a limpa arrumação dos papéis, a flor branca; para a Sílvia, de bâton laranja em dias de sol, flores do mesmo tom; para o Bruno, acastanhadas para poder oferecer a uma das muitas namoradas para quem tinha sempre claras mentiras.  Para as vizinhas, a quem achava muita graça por tentarem, sorrateiramente, entrar na sua privacidade, alegrias-do-lar amarelas. Sorria quando as três diziam "nós", numa espécie de curiosíssima trindade.

Entretanto, um vaso vermelho-fogo estava separado na estufa e era ainda mais carinhosamente tratado. Oferecê-lo-ia se o desejado convite chegasse.
 
(...)
Excertos do meu conto, publicado na coletânea
 Lugares e Palavras de Natal, 2017, da Editora Lugar da Palavra

Lugares e Palavras de Natal - ontem no Porto

Ontem ao fim da tarde, muitos autores das histórias da coletânea Lugares e Palavras de Natal estiveram reunidos no Café Progresso, no Porto, bom sítio, de novo escolhido pela Editora Lugar da Palavra, para a apresentação do livro que já vai na sexta edição.
Cá fora, estava frio, mas lá dentro, sobretudo à volta da grande mesa que ocupávamos, sentia-se o calor de quem escreve por amor às palavras e à vida.
Foi dito que a autora mais nova tinha dez anos. A mais velha, não sei, mas talvez mais de setenta, mas isso pouco importa.
O importante é haver momentos inspiradores, bons lugares e boas palavras, neste caso, de Natal.
Uma das janelas do Café Progresso. Também elas natalícias.
A coletânea reúne histórias e poemas de Natal de dezenas de autores.