terça-feira, 27 de junho de 2017

Socorro, preciso de um psicólogo!

Os incêndios criaram o caos em Pedrógão. Houve demasiados estragos, o número de mortes foi elevadíssimo, porque foram sessenta e quatro as vidas perdidas na tragédia. Para além dos feridos. Para além das sequelas. Para além das destruições.
E as televisões, umas de maneira mais séria, outras de modo sensacionalista fizeram diretos, reportagens, ouviram testemunhos, choros, queixas, lamentos, etc. 
E não é precisa muita compaixão para todos se solidarizarem com as perdas e com o sofrimento.
E os técnicos de saúde estavam também no terreno, como os psicólogos, e bem necessários foram de certeza. E continuarão a ser.
Os governantes iam dizendo que se estava a fazer tudo o que era possível para bem das populações; os políticos não governantes apontavam sobretudo os erros e as falhas. A ponto de o ex-primeiro ministro ter ouvido de um responsável político da região que tinha havido um suicídio na sequência dos incêndios, o que logo se propagou às palavras do ex-responsável pela política nacional, que logo as passou aos jornalistas, pondo os suicídios no plural.
Pouco tempo depois era tudo desmentido pelos dois, pedindo públicas desculpas, pela não confirmação do boato ouvido e transmitido.
Talvez um psicólogo nas equipas de aconselhamento político não fizesse nada mal!
Paralelamente, as televisões dissecam, durante horas, o caso dos e-mails do Benfica que incendiaram ódios clubísticos e, mais uma vez, levaram à descrença na pessoa humana.
Psicólogos e psiquiatras dariam uma ajuda nestes casos, porque o incêndio continua num frenético passa-culpas para quem o ateou.
Vejo muitas vezes estas notícias. E, enquanto as vejo, vou pensando que podia estar a fazer outra coisa bem mais interessante, mas, muitas vezes, continuo, o que não deveria acontecer.
Socorro, preciso de um psicólogo.

domingo, 25 de junho de 2017

S. João já se acabou?


Ainda há bandeirinhas
Os palcos ainda lá estão
O Porto continua em festa
No adeus ao S. João!




sexta-feira, 23 de junho de 2017

Os barcos não têm motores a medir!

Travessia do Douro, há poucos minutos, de Gaia para o Porto.
Em cada uma das margens do rio, há festa, música, bandeirinhas, sardinha assada, febras, broa, pimentos...
E muito manjerico, e erva-cidreira, e arruda, e alho-porro, e martelinhos...
A noite está bonita, fresquinha, luminosa, alegre, ousada, dançarina...
É S. João, a noite mais longa e iluminada do ano.
A noite em que a cidade do Porto, e não só, vem para a rua e entra na madrugada como num barco sem motores a medir.

Caldo verde

Ó meu rico S. João,
Ai que boa esta sopinha;
É proibido o balão
Mas não é esta broinha!



Necessária proibição

Ouvi agora nas notícias que o lançamento de balões é proibido na noite de S. João, que hoje se celebra em muitos locais e sobretudo no Porto.
Esta proibição é bem-vinda. Oxalá as pessoas a oiçam e cumpram.
E não se pense como às vezes acontece: é só um, não faz mal.

Necessária proibição
Nesta noite divertida
Não é preciso balão
Para celebrar a vida!




quinta-feira, 22 de junho de 2017

Oxalá este ano haja menos balões!

Quem não gosta de ver os balões no céu em noite de S. João? É difícil não gostar, mas este ano a atenção deve ser redobrada porque é impossível esquecer as vítimas e os estragos provocados pelos incêndios no centro do país.
Ver o céu iluminado por balões em movimento pode ser encantatório, mas o melhor é ser realista e prático pensando no mal que eles também podem acarretar.
Basta um balão aceso cair num espaço facilmente inflamável para ser causa de muita destruição.
Conheço várias pessoas que moram em casas muito antigas para quem a noite de S. João é de sobressalto. E muitas vezes essas pessoas já se deslocam com dificuldade.
Nem sempre a tradição é a melhor conselheira.

Ó meu rico S. João,
Com perfume a mangerico,
Evita tanto balão
Que ao cair é mafarrico!

quarta-feira, 21 de junho de 2017

"Que somos nós senão o que fazemos?"

QUE SOMOS NÓS

Que somos nós
Que somos nós senão o que fazemos?
Que somos nós senão o breve traço
da vida que deixamos passo a passo
e é já sombra de sombra onde morremos?

Que somos nós se não permanecemos
no por nós transformado neste espaço?
Que serei eu senão só o que faço
e é tão pouco no tempo em que não temos

para viver senão o tempo de
transformar neste tempo e neste espaço
a vida em que não somos mais que

o sol do que fazemos. Porque o mais
é já sombra de sombra e o breve traço
de quem passamos para nunca mais.

Manuel Alegre

Alexander Search - "A day of sun" - 5 Para a Meia Noite


Alexander Search é uma personagem criada por Salvador Sobral.
Possa o título da música - A day of sun - estender-se a todos os seus sentidos.



terça-feira, 20 de junho de 2017

Indeed

Um bom filme numa boa casa de cinema


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Vejamos algumas linhas do enredo:
Um homem sisudo, pelo peso do passado, é gerente de uma pastelaria que fabrica e vende panquecas recheadas de pasta doce de feijão (dorayakis). O negócio não corre bem porque os doces não satisfazem os clientes.
Um dia, uma senhora com mais de setenta anos vem propor-se para trabalhar com o pasteleiro. Para além da idade avançada, ela sofre de deformação nas mãos, não sendo aceite. Porém, persiste na vontade de lá trabalhar e oferece pasta de feijão, feita por ela, ao gerente da pastelaria. Provando a perfeição do doce, o gerente contrata-a e a loja ganha muitos clientes que, às vezes, têm de ser atendidos pelos dois.
No entanto, a deformação das mãos leva a que várias pessoas se questionem sobre o problema que pode afetar quem consome os doces.
Paralelamente, a septuagenária revela grande fascínio pelas coisas simples do dia a dia - a beleza das cerejeiras, o cantar dos pássaros, as histórias que todos os seres vivos trazem consigo - que contagia o gerente e uma jovem frequentadora da pastelaria, criando laços de amizade e novas maneiras de encarar a vida.

Gostei muito dos cenários com a exuberância das cerejeiras; da história que veicula problemas dos mais velhos, das pessoas a quem são cobrados favores por favores antigos; do poder avassalador dos boatos, etc.
A personagem mais velha revela uma grande e enternecedora sabedoria no ver e no ouvir o mundo. Nalgumas cenas, talvez se recorra um pouco à caricatura, reconhecendo, contudo, que na cultura japonesa existem traços não usados no Ocidente, como a vénia.
Em todos os momentos, a velha senhora introduz uma grande leveza e harmonia nas relações que estabelece com todos, como que ajudando a transpor muitos muros.
O filme está em exibição no cinema Trindade, no Porto. É um cinema calmo, com duas salas e bons filmes para ver.
Ah, e não há publicidade antes de o filme começar nem há pipocas!

segunda-feira, 19 de junho de 2017

E, de repente, fez-se noite!

MB Incendio figueiro Pedrogão 1.jpg
Foto do Expresso Curto de hoje

Pior era impossível

Morreram mais de sessenta pessoas, o número de feridos ultrapassa também as seis dezenas.
Todos no desespero da fuga e da preservação da própria vida, dos familiares e alguns dos seus bens.
Inimaginável.
Oiço agora que está a chover numa das aldeias de Pedrógão Grande. Chuva benfazeja. Não devolve as vidas perdidas, mas pode evitar que outras vidas se percam.
As televisões estrangeiras davam ontem destaque à tragédia que o centro de Portugal viveu e está ainda a viver.
E a rede de solidariedade que se estabeleceu é um sinal de confiança na ajuda de quem já não teria muito, mas que agora ficou com quase nada.
O facto de os principais governantes estarem no local da tragédia também é importante, porque só com o conhecimento direto da realidade os leva e levará a tomar medidas mais adequadas e "à ação", como disse a ministra que acompanhou também as operações de combate ao fogo.




domingo, 18 de junho de 2017

Os deuses devem estar loucos!

Há uma semana foi o gravíssimo incêndio num edifício de mais de vinte andares em Londres e o número de mortes ainda não está completo. Um cenário de horror para quem viu e muito mais para quem o viveu e sentiu na pele.
Agora é a tragédia de Pedrogão Grande, difícil de imaginar, apesar do calor intenso que ontem se fez sentir em todo o país.
Os ventos traiçoeiros parecem ter sido um dos maiores motivos para a propagação do inferno que já provocou mais de quarenta mortos. Aliado ao intenso calor, à secura das matas, etc.
Os governantes logo se solidarizaram, a oposição também. 
Oxalá ninguém se aproveite desta desgraça que colheu de surpresa os portugueses e sobretudo as pessoas que passavam nas estradas da região, desfrutando da sombra das árvores; que viviam nos locais; que ajudavam solidariamente a extinguir o fogo, etc.
Um sábado assim ficará na história triste do nosso país. E o pior foram as vidas que, de forma tão violenta, viram a sua história a cessar.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

E hoje o Porto estava bem azul!

O percurso da tarde de hoje, organizado pela Câmara Municipal do Porto, tinha como base a pintura "Porto azul" de António Carneiro (1872 / 1930)
O quadro mostra-nos o espaço em frente à Sé do Porto, antes de as casas serem demolidas e termos o Terreiro como hoje existe.
O grupo reuniu no Terreiro da Sé, sob um sol bastante quente, e continuou dentro do monumento, bem mais fresco. Havia uma cantora lírica que ensaiava numa das varandas do altar-mor, para um casamento cujos convidados ainda vimos entrar.
Reparámos nos mármores rosa e negro, por exemplo, das pias batismais; na Nossa Senhora da Vandôma, que, apoiando o menino numa das suas ancas, fazia lembrar muitas mulheres portuguesas.
Saímos para a Pena Ventosa, não sem antes olharmos os azulejos em tons de azul da Galilé que teve intervenção de Nicolau Nazoni, no século XVIII, e a paisagem à nossa volta.
Fomos depois à Casa da Guitarra, à entrada do tabuleiro de cima da Ponte D. Luís, onde, por entre centenas de guitarras e violas, a guia projetou imagens de António Carneiro, de algumas das suas obras, sendo uma delas o retrato do filho que se celebrizou na música.
Por uma travessa estreita, chegámos à Igreja de Santa Clara, que se encontra em obras de restauro do  exterior.
Esta obra do Barroco Joanino é uma das maravilhas do património do Porto. A Igreja, atualmente, não tem culto, porque aguarda obras de limpeza da talha dourada que reveste as suas vastas paredes interiores.
Dali passámos para a rua do Sol, onde se encontra a Capela dos Alfaiates.
Vimos também nesta rua, no número 28, onde nasceu a Escola Oliveira Martins.
E, numa visita que durou quase três horas, houve tempo para ver, para olhar, para dialogar, para aprender... A guia era simpática, muito experiente, sem verdades feitas, e boa interlocutora.
Bem perto, lá estavam paisagens que já vimos centenas de vezes, mas que nunca deixam de fascinar.
Estes percursos são frequentes, os lugares e os temas são muito diversos e os bilhetes podem ser adquiridos, por 3 euros, no Rivoli, na Biblioteca Municipal, na Igreja da Misericórdia, etc.




quinta-feira, 15 de junho de 2017

Um dia feriado

Para uma multidão de pessoas, hoje é feriado e ponto final. Que se comemora a Ascenção do Corpo de Deus poucos saberão. O que se compreende porque os dias são de bastante calor e de bastante cansaço.
E depois há os casos de corrupção, as desenfreadas tropelias de Trump, as desgraças quotidianas como o edifício londrino em chamas, as inseguranças de nada estar seguro...
E os exames das crianças, e o trabalho que nem sempre corre da melhor maneira, e as contas que chegam com data limite de pagamento, e as faltas de amor que reduzem a alegria...
Sim, sabe bem um dia feriado. Com horários menos rígidos a cumprir. Com mais algum tempo para olhar coisas bonitas que escapam no dia a dia, fazendo acreditar que a vida não são apenas derrocadas de sonhos e de desejos.
Sim, sabe bem um dia feriado.
Gostava de o passar sem ligar a televisão, nem o rádio, nem as notícias na net.
Mas, se assim fosse, parecia que estava mais longe do mundo. Apesar de o mundo continuar. Porque ele não conhece feriados. Para o bem e para o mal.


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Esperança

Hoje, ouvi e gostei!

terça-feira, 13 de junho de 2017

"Understand and Care"


I have many different feelings. Other people have many feelings, too.
I want to understand how other people feel.
When something happens to someone, I can imagine how I would feel if it happened to me. Then I can understand how someone else might feel. I see my friend smile and laugh when she’s happy. She enjoys being with people and things she likes.
I understand how she feels.
I smile and laugh at some of the same things.
When something nice happens to someone, I can remember times when I have been happy.
I can imagine how I would feel.
Then I can understand how the person feels. I can show I care. Someone I know may feel sad when something goes wrong. He may frown or cry. I feel sad, too, when things go wrong for me. I can imagine how I would feel if the same thing happened to me.
I can understand how the person feels.
I can show I care.
Sometimes people feel angry when things don’t go the way they want.
Anger may show in a person’s face, voice, or body. I can remember feeling angry when things didn’t go my way. I can try to understand how the person feels. I can show I care.
If I’m not sure how someone is feeling, I might ask, "How do you feel?” Then I can listen. Listening shows that I respect the person, and that I want to understand.
When I want to understand how someone feels, I can watch how the person acts. I can remember when I have felt that way. I can imagine how I might feel. I can ask and listen. I can show I care. Understanding each other helps us get along. It feels good to understand and care!

Cheri J. Meiners, M. Ed.
Understand and care
Minneapolis, Free spirit publishing, 2003

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